Mangás

Yu Yu Hakusho: um anime/mangá atemporal e para todas as idades

“Tô na área, se derrubar é pênalti!”

Quem viveu nos anos noventa, em meio aos Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e Sailor Moon, com certeza se lembra dessa frase e de um anime muito característico: Yu Yu Hakusho. Acompanhei na minha saudosa infância, mostrei para meu irmão (e aproveitei para rever com ele), e ultimamente tenho matado as saudades lendo os mangás que estão sendo relançados pela JBC.

Nesse anime tão querido, acompanhamos a história de Yusuke Urameshi, um adolescente de 14 que é malandro, valentão e, bom, não vale nada. A única pessoa que tenta colocar juízo nesse ser é a sua melhor amiga de infância: Keiko. A mãe dele é bem aérea sobre a vida de seu filho, mas sabe que ele não é flor que se cheire, e o resto dos “amigos” dele são gangues que apanham. Sim, apanham, por que além de ser tudo aquilo, Yusuke é aquele valentão que é super forte e vence geral. Dá até pena, gente.

Tudo muda quando ele vê um garotinho prestes a ser atropelado e empurra-o, levando todo o baque do carro em seu corpo. Ele morre, e quando vai para o mundo espiritual (numa espécie de purgatório para os japoneses, para descobrir se ele vai sofrer no mundo inferior ou vai para o paraíso), descobre com o senhor Koema, filho do governador do mundo espiritual, que sua morte não estava sendo esperada. E que, detalhe: o tal garotinho deveria viver um milagre, sobreviver ao acidente sem nenhum arranhão. Não preciso nem explicar o quão irritado Yusuke fica, mas ele recebe um agrado: como sua morte não era planejada, ele ganha a oportunidade de reviver! E é assim que começam as aventuras de Urameshi, o detetive sobrenatural.

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Mas vocês acharam que o mundo espiritual não iria cobrar nada dele? Ledo engano. Yusuke se esforça para voltar fazendo algumas tarefas, e quando volta, também é chamado para fazer certas investigações e impedir que Youkais (uma tradução equivalente seria demônio, uma espécie de monstro japonês podendo ser bondoso ou maldoso) do mundo inferior atrapalhem a vida no mundo dos humanos. Durante todo esse caminho que Yusuke percorre, ele encontra amigos para ajudá-lo. Kuwabara, ex-saco de pancadas do Yusuke e humano com sensibilidade e poder espiritual, Hiei, um youkai rabugento e baixinho bem forte, e finalmente Kurama, um youkai preso no corpo de um humano. A mistura é bem louca e os personagens são profundos e bem trabalhados, cada um tem seus próprios projetos e dilemas internos. Os personagens secundários e os vilões são bem marcantes também. Além de ficarmos por dentro da cultura japonesa, é um dos animes mais sem episódios fillers que já vi (ou episódios enche-lingüiça no bom português). Isso se tratando de um anime, já é uma ótima recomendação.Os episódios são originais e bem fiéis ao mangá, pelo que vi até agora. O mangá contém alguns plots a mais, porém não influenciam em nada na sequência histórica. A tradução nessa narrativa é o que chama mais a atenção: é recheada de gírias e expressões brasileiras. “Rapadura é doce, mas não é mole não” e tenho dito. A tradução pode não ser exatamente a correta, mas com certeza deu um trabalhão e equivale a cultura brasileira sobre as expressões e gírias usadas. E isso, graças a Deus, além de ser um trabalho muito bem feito, está presente no mangá e no anime, tornando-se uma marca registrada dele.

Caso você não conheça, vale a pena ver em qualquer idade. As aventuras de Yusuke, Kuwabara, Hiei e Kurama servem para e divertem todas as faixas etárias. E assim, você além de conhecer uma nova cultura, uma história bem contada, também terá altas expressões de tiozão para esbanjar por aí. 😉

Amante de livros e cinéfila de botequim.

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