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Dissecando Séries | Jane the Virgin – Muito mais do que um dramalhão latino

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Imagine que você é uma jovem adulta prestes a se casar com o cara dos seus sonhos. O casamento será tradicional: véu, vestido branco, igreja e…. virgem. Isso mesmo: zero sexo. Nadica de nadinha. Mas isso não é um problema – até que uma médica confunde duas consultas e acaba te inseminando artificialmente. Epa, MASOQUÊ? É. Agora, você entende o universo de Jane Villanueva: uma jovem latina, religiosa, que nunca transou e que planeja seu futuro cuidadosamente desde criança. E que foi engravidada por acaso.

O pai do bebê? Ah, ninguém muito importante… Só o novo dono do local onde Jane trabalha – que, por sinal, também é seu amor platônico de adolescência.

Achou o enredo parecido com o de uma novela mexicana? Então, embarque de coração aberto nessa série deliciosamente biruta, meu bem, porque isso é só o início.

No ar desde 2014, Jane the Virgin é uma série que brinca com a própria ficção. Seja pela imaginação da protagonista, seja pelos olhos do narrador, diversos são os momentos em que as cenas se transformam em verdadeiras projeções entre expectativa e realidade, o que enfatiza os romances, os problemas e, claro, o humor. O drama tragicômico da CW abusa da dramaticidade – característica típica das novelas latinas, que, inclusive, são parte fundamental do crescimento de Jane e de seu núcleo familiar -, transformando qualquer situação feliz em uma catástrofe de proporções, obviamente, estratosféricas. Com direito a mistério policial, máfia tcheca, corrupção, amores proibidos e novelas dentro da própria série. De modo geral, esse exagero despertará mais riso do que revirada de olhos e vontade de largar a trama, mas, se você é desses que se apegam a detalhes concretos e verossímeis, pode parar de ler aqui. Ou continue, mas não diga que não avisei.

¯\_(ツ)_/¯

Outro ponto que desperta interesse é a quase ingenuidade de Jane. Em meio a narrativas repletas de mulheres poderosas que fogem aos moldes clássicos de heroínas, Gina Rodrigues –  que interpreta a personagem e ganhou, inclusive, um Golden Globe por sua atuação na série – constrói uma mocinha igualmente forte, mas que tira essa força de sua criação, mantendo-se fiel a seus princípios e acreditando que, no fim do caos, tudo dará certo. Ao longo dos episódios, é comum sermos apresentados a memórias da pequena Jane, memórias essas que mantêm relação até hoje com as atitudes que a personagem toma ou não toma. O sonho de virar escritora, a flor da virgindade e a dinâmica familiar são apenas alguns desses aspectos.

Por falar em dinâmica familiar, a família Villanueva é, talvez, um dos núcleos mais interessantes da série. Composta, basicamente, por Jane, Xiomara (Andrea Navedo) e Alba (Ivonne Coll) – ou Abuela, como é carinhosamente chamada pela neta -, esse núcleo dá ao telespectador três mulheres incrivelmente diferentes, mas, ao mesmo tempo, inegavelmente parecidas. A dinâmica que poderia ser afetada com a chegada de Rogelio de la Veja (Jaime Camil) – grande astro de telenovelas latinas e que vem a ser o pai  de Jane – é, na verdade, fortificada. Ele, uma celebridade extremamente vaidosa e cheia de si, mas extremamente hilária, quer compensar o tempo perdido e estar ali para a filha e para o futuro bebê, assim como para Xo, o que resgata sentimentos inacabados.

Por fim, vamos falar de beldades. Jane se vê em meio a um caliente triângulo amoroso: Michael, homem dos seus sonhos, ou Rafael, seu chefe, sua paixão platônica de adolescência e pai de seu filho? Difícil, minha gente, muito difícil. #TeamRaf

O policial Michael Cordero (Brett Dier) é ético, responsável, carinhoso e inteligente. Namora a protagonista há anos, entende sua família – e é querido por ela – e nunca desrespeitou as crenças de Jane. Eles se conhecem no vigésimo primeiro aniversário dela e pode-se dizer que o encontro foi amor à primeira vista. Tudo vai bem até que Jane é, por acaso, inseminada artificialmente com o esperma de outro cara. Michael decide assumir a criança, mas muitas coisas acontecem, e o casal termina o relacionamento. No entanto, Michael nunca deixa de amar Jane e esperar por ela.

Isso nos leva a Rafael Solano (Justin Boldoni), o outro cara, também conhecido como dono do esperma e pai do bebê. Rafael foi abandonado por sua mãe aos 4 anos, e seu pai, um rico empresário, dedica a vida ao trabalho. Após anos vivendo ao extremo, ele descobre que tem câncer e decide, então, congelar uma amostra de seu esperma, caso queira ter um filho no futuro. Ao longo dos anos, Rafael casa com Petra (Yael Grobglas), se cura da doença e decide comprar o hotel Marbella. O problema ocorre quando ele percebe o quão infeliz é com a esposa e quer romper o casamento, mas é impedido pela gravidez de Petra. Ou melhor, suposta gravidez, já que Luiza (Yara Martinez), irmã de Rafael, não estava em seu melhor estado quando deveria inseminar Petra com a única amostra de esperma de Rafael.  OPS.

Jane vê-se no centro de um triângulo amoroso cheio de reviravoltas quando ela e Rafael começam a desenvolver sentimentos um pelo outro. Com um bebê a caminho, dois homens a seus pés, uma família muito louca e a vontade de correr atrás de seus sonhos, Jane é a personagem perfeita para uma série com humor inovador que fará os 60 minutos de cada episódio passarem voando.

Em universos paralelos, Débora é médica, comissária de bordo, diplomata, cantora e atriz, mas, no planeta Terra, tenta entender a vida e viajar pelo mundo. É formada em Letras, mas também estudante de Jornalismo. Rainha das escolhas erradas e dos memes certos. Uma sagitariana cujo ascendente em gêmeos faz com que ela avalie o pró e o contra de cada detalhe, pensando dez passos à frente, mas decidindo dez passos atrás. Reconhece qualquer música que conheça pelos primeiros acordes, tem uma relação de amor e ódio com Shonda Rhimes, não gosta de café. Ah, mantém um relacionamento sério com o Adam Brody, apesar de ele (ainda) não saber disso.

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