Bula em Quadrinhos | Samurai Shirô: aquele quase mangá brazuca
Quando a DarkSide Books anunciou o lançamento de Samurai Shirô, eu instantaneamente me interessei. A história mesclava máfia japonesa com a comunidade japonesa brasileira. Foi idealizada e ilustrada por um autor nacional. E, para finalizar, vinha com aquele acabamento bacana da Caveira. Mas, de fato, o que me chamou mais atenção foi a história.
Akemi acabou de perder seu avô e a vida tem sido difícil. Durante uma tentativa de suas amigas para animá-la com uma visita ao karaokê, as coisas saem do controle quando uma gangue tenta se dar bem com elas. Akemi mostra que é boa de briga, mas consegue uma vingança a tira-colo. Mal sabe ela que a vingança dessa gangue é o que menos tem a se preocupar. A yakuza está atrás dela – e de sua espada – e um sujeito suspeito parece querê-la para si. Ela só pode contar com Shirô, um homem com amnésia que segue pistas para recuperar seu passado até ela.
Um pulo em outra cultura
A vida de Akemi muda de uma hora para outra sem aviso, sem direção. A jovem se vê no meio de uma guerra que, pelo o que ela saiba, nunca foi dela e agora precisa aprender tudo sobre esse novo mundo. Assim, nós vamos aprendendo com ela pouco a pouco sobre como é o esquema da histórica máfia japonesa. Sem cansar o leitor, porque Samurai Shirô não é um livro didático, acompanhar essa nova cultura é eletrizante e tentar descobrir as origens de Akemi e o passado de Shirô nos deixa mega curiosos.
Sair da zona de conforto pode ser mais fácil do que parece. Tudo bem, costuma ser um processo que causa estranheza, mas abrace-o e de uma chance. No caso de Samurai Shirô, você não vai se arrepender.
Curiosidade: repare o sotaque dos paulistas e suas expressões.
Samurai Shirô mesmo pouco brilha
O personagem título é mais um guarda-costas neste primeiro volume. Shirô não sabe de onde veio, seu nome ou qualquer outra coisa sobre o seu passado. A única coisa que tem noção é que sabe lutar e matar. Akemi é que o batiza e lhe dá um propósito para seguir em frente: protegê-la.
Embora seja pouco destacado, Shirô ainda está começando. Este é o primeiro volume da HQ e eu aposto que muita coisa ainda vai mudar na vida do gaijin – mal posso esperar para acompanhar!
Que ritmo, ô louco, meu!
Danilo Beyruth, meus parabéns. Você criou uma história ágil, intrigante e viciante em apenas 192 páginas. Samurai Shirô é daquele tipo de HQ que você lê em uma só “sentada”, sabe? Não tem como você não devorar a história de perseguição e busca de Akemi e Shirô.
Somado a isso, os traços de Beyruth, que misturam o estilo dos famosos mangás com um toque pessoal mais ocidental, conduzem o leitor com um ritmo alucinante. Vai por mim, se você gosta de quadrinhos, vai adorar, e se não costuma ler, é uma senhora porta de entrada.
Para conhecer melhor o autor, confira essa entrevista do Pipoca & Nanquim com Danilo Beyruth:
Já posso começar a contagem dos dias para o segundo volume, DarkSide? Pode mandar mais Shirô que só um é pouco!