Mundo Ghibli: Nausicaä + O Castelo no Céu
O primeiro contato com o Mundo Ghibli é algo surreal. Literalmente. Isso porque inauguramos a maratona com uma história cheia de insetos gigantes, um mundo distópico e vilas com toques medievais. Em seguida, atravessamos uma lenda sobre uma cidade que fica flutuando no céu margeada de mafiosos atrás de uma garota que detem um segredo especial. Essas são as semi-sinopses, extremamente resumidas, de Nausicaä e O Castelo no Céu.
Mundo Ghibli: Nausicaä do Vale do Vento (1985)
O Vale do Vento é uma região segura. O Mar Podre não alcança o pequeno vilarejo, um tanto medieval, do qual Nausicaä é a princesa. Quando uma misteriosa nave cai no Vale, com uma grande explosão, Nausicaä percebe que seus integrantes vão destruir a paz do seu mundo. A partir daquele momento, grupos de outras partes do reino tentam tomar o local em uma gigantesca e perigosa experiência que envolverá mexer com criaturas que já devastaram o mundo muitos anos antes. Nausicaä parece ser a única a entendê-las e salvar o Vale do Vento, mas será que ela conseguirá enfrentar os inimigos sedentos de poder?
Ao assistir Nausicaä, percebemos que o mundo apocalíptico em que vive é a versão de uma Terra destruída pela poluição, onde foi criada uma crescente onda tóxica, o Mar Podre, e sobrevivê-lo se tornou uma questão de prática e respeito com o meio ambiente. O mundo se tornou um grande mar de areia e todos os confrontos e cenários nos lembram a Duna (livro de Frank Herbert), o que me fez questionar, inclusive, se não foi uma inspiração para Myazaki, diretor do longa.
É preciso ter a mente aberta para a fantasia e a mistura de temporalidades. Digo isso porque ao mesmo tempo que parecemos ver um futuro distópico, há traços da Idade Média no vilarejo de Nausicaä. Nossa princesa, por sua vez, não é inconstante. Ela é leal, corajosa e fará de tudo para salvar seu pequeno reino e toda e qualquer criatura que poderá ser machucada pelo plano malévolo de gananciosos estrangeiros.
Toda a diferença no filme foi bastante divertida. Explorar os elementos e as misturas de estilo do filme tornou Nausicaä do Vale do Vento a perfeita porta de entrada para o Mundo Ghibli.
Mundo Ghibli: O Castelo do Céu (1986)
Mina Pazu é um jovem aprendiz numa cidade que lembra a Inglaterra do início do século XX. Quando uma menina cai, suavemente do céu, logo após o seu serviço, ele não imagina que ela, Sheeta, seria a chave para encontrar o castelo no céu, Laputa. Contudo, ela é bastante cobiçada pelo exército e por piratas graças a um colar peculiar. Em uma aventura recheada de fuga e alianças improváveis, Pazu e Sheeta buscam encontrar esse pequeno paraíso que paira nos céus.
Mais uma vez Miyazaki nos apresenta um mundo de temporalidades mescladas, em que não pude evitar de comparar o pequeno Pazu a uma versão de Oliver Twist com suas chaminés. Para intensificar esse cenário, o desenho é cheio de dirigíveis – bem mais potentes do que os reais, acredito eu. O clima, então, é totalmente ambientado numa Belle Epóque.
A amizade entre os dois protagonistas é uma das coisas mais bonitas do filme. Os dois se apoiam no sonho de encontrar Laputa e se descobrem mais amigos do que duas partes acordantes numa missão. Enquanto Sheeta busca os segredos da sua família, Pazu espera encontrar em Laputa um meio de se reaproximar do seu pai. Agora, o ponto alto do filme foram os robôs – só deixo isso e digo tchau.
Pronto para o próximo post do Especial Anatômico: Mundo Ghibli? Bora!
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