Trilogia Para Todos os Garotos que Já Amei
Literatura,  Resenhas

Para Todos os Garotos que Já Amei | Uma Carta a Jenny Han

Querida Jenny Han,

Primeiramente, acho que te devo desculpas. Para Todos os Garotos que Já Amei ficou mais de dois anos parado na minha estante, escondidinho entre outros livros quase tão ignorados quanto ele. Ignorado, mas não esquecido, prometo. Afinal, não estaria escrevendo esse texto agora se não tivesse passado ele na frente de todos os outros da lista. Sim, eu admito que foi por causa do filme. A chegada da história de Lara Jean Covey na Netflix motivou um bocado de gente a conhecê-la.

E que maravilha isso, não?! Adiantei uma troca no Skoob com P.S.: Ainda Amo Você, peguei emprestado Agora e Para Sempre, Lara Jean com uma amiga e devorei a trilogia em menos de uma semana. Vou te confessar que precisava de uma leitura como essa. Estou em um período em que começo vários livros e não termino quase nenhum. Lara Jean, no entanto, terminei cedo demais. Sua escrita, na voz dela, foi tão suave, tão divertida e tão honesta que quando vi estava nas últimas páginas do último livro e me peguei com aquele sentimento de ‘por que li isso tão rápido?’.

Para Todos os Garotos que Já Amei

Ali estava eu, lendo uma história bem escrita e desenvolvida, com uma protagonista sincera com quem me identifiquei tanto. A versão adolescente da Isabella – esta que te escreve – viu em Lara Jean comportamentos e anseios tão reais quanto na época em que compartilhavam a mesma idade. Os problemas eram palpáveis e os sonhos, semelhantes. Além do fato mais impressionante: ela saía do maior estereótipo de personagem young adult que permeou a minha adolescência.

Apesar de não ter descendência asiática, não faço parte do grupo loiro e magro que pareciam tomar conta do protagonismo desse tipo de literatura. Lara Jean e suas raízes asiáticas abrem portas para que, como você disse em seu texto para a The New York Times, “quando você vê alguém que parece com você, suas possibilidades são reveladas”. Por isso, obrigada tanto por escrever uma história com uma protagonista asiática quanto por lutar que a atriz que a interpretasse permanecesse com a mesma etnia. São atitudes como essa que tornam a literatura mais diversa, mais realista e, consequentemente, mais bonita.

P.S.: Ainda Amo Você

Duas coisas que me deixam triste sobre essa história: a perfeição na irmandade das meninas Song. As três são unidas, melhores amigas – mesmo com toda a impulsividade de Kitty –, que, pela primeira vez na minha vida adulta, desejei não ser filha única. Por mais irmãs que se amem dessa forma na literatura. A segunda é Gen. Uma personagem que podia ter sido mais trabalhada. Eu entendo, no entanto, que já existiam muitas histórias ali porque Para Todos Garotos que Já Amei é mais do que Lara Jean. É Margot, a Escócia e Josh; Kitty e seu foco na família; Peter e seu pai; Chris e sua vida badalada; seu pai e a possibilidade de um novo futuro romântico. Por isso, eu te perdoo.

E, óbvio, vamos falar sobre Peter Kavinsky. Me conta, ele é baseado em alguém que você conheceu? Porque esse menino precisa ser real, no caso precisa ter uma versão maior de idade por aí. O relacionamento entre ele e Lara Jean pode ser meio confuso, mas desde o início eles são muito parceiros. Isso é algo que faltava ao gênero. Eles conversam sobre tudo e estão presentes um para o outro em todos os momentos. Mesmo quando o clássico triângulo amoroso aparece – olá, John Ambrose McClaren, você é até legal, mas… -, o amor dos dois ainda está lá, pairando nas páginas.

Agora e para sempre, Lara Jean

Por isso, Jenny Han, e por todo o prazer e identificação que essa leitura me proporcionou, resolvi te escrever. Mesmo que você nunca leia esta carta – afinal, nem em inglês está, achei que quem lesse precisava conhecer porque Para Todos os Garotos que Já Amei é uma série de young adult tão banaca, tão amorzinho e tão especial.

Muito obrigada, 

Isabella

P.S.: Alguma chance de, em alguns anos, termos atualizações sobre Lara Jean? Ou quem sabe umas páginas sobre Chris na América Latina? Ou os dois…

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Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

Um comentário

  • Flávia Passos

    Oie Isabella só queria dizer que adorei a sua carta e aposto que a Jenny Han iria adorar ela também. Obrigada por compartilhar ela e parabéns pela a sua escrita, espero um dia conseguir escrever uma carta igual à sua para a Jenny (: ♡

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