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Resenha | Creepshow: o show de horrores de King que todo fã vai querer ter

Um dos maiores pedidos dos fãs da DarkSide Books sempre foi trazer Stephen King para a casa do terror. Mas como nem tudo no mundo é perfeito – e os direitos do autor por aqui estão com a Suma, selo da Companhia das Letras -, a Caveirinha teve que se virar nos trinta para fazer seus leitores felizes, como ela sempre tenta (e consegue) fazer.

Depois de relançar a biografia do mestre do terror em uma edição icônica, a editora trouxe no mês de seu aniversário de cinco anos um dos primeiros trabalhos do autor. A graphic novel Creepshow foi um adendo super bem-vindo ao filme ao qual King foi roteirista, Show de Horrores, de 1982. Toda a ideia das duas obras era homenagear e reviver os clássicos do terror em quadrinhos dos anos 50, da EC Comics, que rechearam a adolescência de King com contos assustadores.

Creepshow adapta o roteiro do filme para cinco histórias trevosas narradas por um ser morto-vivo meio nojento e assustador. Elas evocam uma parte da vida de King que obviamente o fez se tornar o escritor que é hoje. Por isso, ainda que, para os minimamente mais escolados em enredos mais aterrorizantes, possa ser uma leitura um tanto rápida, é possível sentir o peso histórico e emblemático dela só em olhar a capa. O responsável por ela, Jack Kamen, soube capturar a essência tanto das histórias quanto da importância que elas tinham para King – vejam se o garotinho da capa não lembra a alguém 😉 .

Os traços da graphic ficaram por conta de ninguém mais, ninguém menos que Bernie Wrightson, renomado quadrinista de terror, co-criador de Monstro do Pântano, personagem da DC Comics. Ele começou sua carreira como ilustrador em jornal, e essa experiência reflete em seu estilo. Seu traço parece bastante com as charges de jornais, equilibrando bem o tom caricata com o realismo. Traz um quê de 3D a história muito envolvente.

Para escrever o post – e porque era uma história de King, claro -, eu e Thaís lemos a graphic novel. Uma leitura super rápida, como muitos leitores dizem ‘de uma sentada só’. Das cinco histórias, nossas preferidas foram Indo com a Maré, para mim, porque me deixou em um clima de The Walking Dead bem legal, além de trabalhar um terror mais voltado para intenções humanas ruins, como a vingança e a traição, e aplicar o sobrenatural em cima disso (o que talvez nem seja o mais assustador na história). E, para Thaís, “A caixa” foi a escolhida por ter um monstro sanguinário e assassino criado, um dos melhores talentos do Stephen King. Os humanos não ficaram muito pra trás nessa parte do sanguinário e assassino não, só lhes faltavam as garras, mas esse é o toque de realidade na história.

Chegamos a conclusão que pode não ser A história, ou melhor, histórias de terror que irão te tirar o sono, mas incomodam um pouquinho, causando certa repulsa em momentos bem planejados. É uma obra que todo fã de King vai querer ter, é fato, e que todo leitor de terror aprecia o valor histórico. Se Invocação do Mal e contemporâneos é o terror nutella, com certeza Creepshow é o melhor tipo de terror raíz.

Ficha Técnica:

Título: Creepshow | Autora: Stephen King e Bernie Wrightson | Tradução: Érico Assis | Páginas: 64 | Editora: DarkSide Books | Ano: 2017 | Adicione ao: Skoob – Goodreads

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Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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