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Dissecando Séries | Orphan Black: uma série brilhante, polêmica e completamente viciante

Imagine que você está com a sua vida de cabeça para baixo. Não vê a sua filha há dez meses. Não tem onde morar. Seu namorado é um traficante ciumento. E, claro, não tem dinheiro ou emprego algum. Agora, imagine que você está na estação de trem, esperando para ir para a casa do seu irmão. De repente, uma mulher sofisticada, de tailleur e saltos, começa a se desmontar na sua frente, bem ao lado da linha do trem. Ela vira, te olha nos olhos e… se joga na frente do trem. É assim que Orphan Black começa.

A história

Sarah Manning (Tatiana Maslany) precisa de uma reviravolta em sua vida urgentemente e essa mulher totalmente estranha lhe oferece uma chance sem igual: porque ela é a cópia fiel de Sarah. Não é parecida, não. Ela é igual a Sarah. Após o suicídio da doppelganger, com medo de ser pega e acusada de envolvimento – porque, afinal, sua vida já tem problemas o suficiente -, Sarah foge e decide assumir o papel da mulher suicida para testar se há uma chance de isso ajudá-la. O que ela não sonharia era que se envolveria numa trama muito mais complexa do que poderia jamais imaginar.

Em Orphan Black, somos envolvidos numa trama viciante, em que os homens tornaram possível a clonagem humana. Sarah descobre outras mulheres iguais à ela ao redor do mundo e percebe que entrou numa corrida contra com relógio assim que concluí que existe alguém atrás dos clones, assassinando-os. Ela agora precisa se esconder, proteger sua família e as suas novas irmãs, além de procurar a verdadeira história por trás de toda essa perseguição, sua verdadeira história. Com o passar do tempo, nós percebemos que há muito, mas muito mesmo, por trás desse avanço científico. Ameaças surgem de todas as vertentes possíveis e as irmãs precisam superá-las sem que o mundo conheça o seu segredo.

Um show de interpretação

A série, que teve sua quinta e última temporada lançada neste ano, tem dez episódios cada e mais ou menos doze clones mostrados ao público. É nesse momento do post que eu preciso parar e tirar o meu chapéu para Tatiana Maslany, a intérprete de todas elas. Minhas amigas já tinham me falado do seu trabalho. Ela consegue diferenciar cada personagem tão bem que nos possibilita identificar quando uma das irmãs está se passando pela outra. Ela é ganhou o Emmy de Melhor Atriz de Série Dramática em 2016 depois ser ignorada pela premiação por alguns anos – e ninguém entende muito bem o porquê disso. Qualquer um que assista a dois, no máximo três episódios da série, seria louco de não enxergar o seu talento. Na verdade, só o primeiro já basta para tanto. Vai por mim.

Além de Maslany, você pode acabar se apaixonando por outros personagens. A série conta com Jordan Gavaris como Felix Dawkings, o irmão adotivo de Sarah. Ele é com certeza o personagem mais carismático dali. Bom, para mim. Sou suspeita para falar. Eu adoro o Felix e espero que você adore também. Além dele, temos a Maria Doyle Kennedy, que interpreta a Siobhan Sadler, a guardiã de Felix e Sarah. Desde The Tudors, eu gosto muito dela. E ela veio bastante badass em Orphan Black, arrasando.

A ciência predomina e compete com a ação

Séries de ficção-científica são muito sortudas, sabem? Graças a uma gama infinita de possibilidades, elas tem inúmeros caminhos possíveis para seguir, para se inspirar e inventar. É justamente por isso que a originalidade de Orphan Black espanta e atrai. As séries mais conhecidas de ficção-científica tendem a habitar uma área de conforto entre o espaço e a viagem no tempo. Quando uma série arrisca a tratar temas polêmicos, é oito ou oitenta. Vamos parar um minuto e agradecer por Orphan Black ter sido um sustentável e ótimo oitenta.

Trabalhar a clonagem como base da série foi um passo arriscado que, no entanto, transformou-se em aposta certeira. O assunto traz consigo um debate filosófico existencial que faz a ficção-científca valer seu papel na sociedade. Amparado por um ótimo elenco e plots bem trabalhados, a série se consagrou, gerou um base sólida de fãs e integrou uma onda muito bem vinda de obras de ficção-científicas realistas – vamos mandar um alôu para Black Mirror nesse instante.

As setras

Os episódios da série são como aquele truque da manga do mágico, em que quanto mais lenços ele puxa, mais aparecem outros. Acompanhar Sarah na busca pela verdade desmascara muitas doppelgangers pelo caminho a fora e nós assistimos cada clone ser um daqueles lencinhos: de cores totalmente diferentes e ainda assim iguais. Como já dissemos, Maslany entrega uma performance icônica que nos envolve e nos faz nos importar com cada uma delas e seus destinos.

O interesse pela verdade de seus passados as une, mas a busca dessa informação comum acaba se tornando algo maior do que elas pensaram. As meninas constroem uma família. Depois de alguns momentos iniciais mais suspeitos e receosos, a evolução do relacionamento delas é algo bonito de se ver. As irmãs – sister, que graças a Helena será para sempre sestras ♥ – passam uma mensagem bem legal de sororidade, de apoio, amizade, lealdade e força.

Por fim…

Orphan Black faz parte daquelas séries que você precisa fazer maratona porque senão, ela não sai da sua cabeça. Eu mesma só assisti às duas primeiras temporadas e preciso da terceira, assim, agora, nesse momento. Tudo bem, vocês já entenderam. Estão esperando o quê para dar o play na série? Go, go, go!

Vai gostar de Orphan Black se gostou de: Black Mirror, How to Get Away With Murder, Twin Peaks.

Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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