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Diagnóstico | Doctor Who (10ª Temporada)

A temporada de despedida de Peter Capaldi como o alienígena mais incrível desse universo e todas as dimensões possíveis chegou ao final neste final de semana com o episódio 12, The Doctor Falls. Doctor Who atingiu sua décima temporada com seu décimo terceiro doutor de maneira sublime, com uma season finale impactante – como é o costume da série.

Plot da Temporada

Nesta temporada, o Doctor encontra novas companions em uma continuação direta do especial de natal The Return of Doctor Mysterious. Ele começa como professor em uma universidade, com a TARDIS aposentada em seu escritório, onde conhece Bill Potts. A cozinheira da faculdade é uma jovem animada e esperançosa que é tomada como pupila pelo Doctor. Contudo, como os fãs da série sabem, onde o Doctor vai, os problemas o seguem. Começamos a temporada com um cofre imenso que guarda o mistério da suposta aposentadoria do nosso protagonista, mas quando conhece Potts, o Doctor não consegue resistir e acaba pouco a pouco voltando a explorar o espaço e a história.

A primeira metade da temporada foi formada por plots fechados, resolvidos em um, no máximo dois episódios, em que ajudaram bastante a construir a relação entre Bill e o Doctor. Apesar de completos, sempre davam alguma dica ou rastro de uma história maior que envolvia toda a temporada – estratégia muito comum na série. Esta, no entanto, só chega com mais força na segunda metade da temporada. O Doctor e Bill precisarão lidar com duas grandes tramas. A primeira delas é centrada na chegada de misteriosos monges que moldam uma realidade digital alternativa para invadir o planeta Terra. O segundo, por sua vez, e após mais dois episódios fechados, gira em torno da presença do Doctor e suas companions em uma nave um tanto diferente ameaçada pela curta distância de um buraco negro, onde o tempo passa de maneiras diferentes em cada andar. É neste pedaço que recebemos certas visitas super nostálgicas para os corações whovians.

Impressões

É impossível comentar essa temporada sem uma chuva de spoilers, por isso, preparem-se! Bem, essa foi a primeira e última temporada da companion Bill Potts (Pearl Mackie) e ela não precisava de mais do que isso para o público gostar dela ou para conquistar o coração do Doctor, formando uma nova amizade forte. A curta estadia de Bill em Doctor Who introduziu um novo cuidado (e muito bem-vindo) para a série: a alta presença da diversidade. Ela é a primeira companion assumidamente gay da série (sim, eu sei, o Jack gostava de tudo e todos, mas ele não era um companion oficial e não teve um romance trabalhado na série). Além disso, representa uma etnia diferente da do Doctor e, inclusive, a série trabalha o racismo na Inglaterra ao voltar no tempo. Stephen Moffat decidiu trazer discussões para Doctor Who, que até muito recentemente eram plano de fundo, e soube desenvolver isso muito bem. Orientações e identificações a parte, Bill foi uma companion leal e uma verdadeira aluna. Se o Doctor começou a série como um professor guardando um cofre, a vocação o acompanhou quando ele decidiu deixá-lo e viajar pelo espaço-tempo novamente com Bill.

E esse Doctor? Peter Capaldi sustentou a temporada de maneira magnífica. A maioria dos episódios fechados não foram tão magníficos quanto a sua atuação nesta temporada. O décimo-segundo Doctor não tinha começado muito bem lá na oitava temporada, rígido e sério demais, fugindo da personalidade essencial do personagem. Com pequenas correções, ele chegou mais entregue na nona temporada e fechou a décima como um grande Doctor. Esta última etapa trouxe desafios incríveis para o Doctor, não tanto físicos – mas, claro que sempre teremos que correr com ele – quanto emocionais. O crescimento do nosso protagonista durante a temporada foi uma coisa linda de se acompanhar, que mexeu com o público intensamente. Eu acredito que essa mudança tenha vindo das grandes perdas recentes  – a morte de Clara e River -, pois nesta temporada nós somos lembrados da viuvez do protagonista muitas vezes (tantas que provavelmente encerram as dúvidas sobre o casamento com a River ser válido ou não).

Essa temporada foi com toda certeza moldada para fazer nossos corações pularem acada novo frame. Se um Doctor mais emocional não era o suficiente, que venham dois Mestres incríveis! Mas é claro que o que estava trancado no cofre seria um Lorde do Tempo, não? Missy encontra nesta temporada seu momento de redimir-se, ficando ao lado do Doctor e o ajudando-o com obstáculos à sua frente. Lembrando-nos que o Doctor e o Mestre cresceram juntos em Gallifrey e eram amigos antes da guerra. O retorno do Mestre de John Simm só enriquece esse núcleo, mostrando um embate entre duas regenerações um tanto diferentes, mas que entregaram uma super química. O que me leva a ficar indignada com seu desfecho: esse foi realmente o fim do Mestre? #MaisMissy&MestrePorFavor

Diagnóstico

As histórias dessa temporada foram um tanto fracas, reconheço. Os episódios fechados não trouxeram grandes desafios – talvez isso não se aplique a Oxygen, episódio em que o Doctor fica cego – cheios de perigos que fizeram o espectador tremer nas bases. Como eu disse, essa temporada foi para brincar com nossos pobres corações de fã, com uma atuação impecável de Peter Capaldi, um fanservice incrível de nostalgia que só essa série consegue fazer (alôu, mestres e cybermen!) e, como se não fosse o suficiente, uma regeneração épica!

Um obs sobre a regeneração: FALAS. DE. VÁRIAS. REGENERAÇÕES. PASSADAS. e:

Cadê esse especial de Natal para a gente ver esse reencontro? Adianta o Natal ae, BBC!

 

Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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