Fuller House: o que nós achamos da segunda temporada
Depois de uma primeira temporada um tanto chata e caricata, a segunda temporada de Fuller House não era uma prioridade para mim. Mas, como eu estava meio órfã de séries, resolvi dar uma segunda chance ao reboot de Full House e continuar com a série. Melhor. Decisão. Para quem não conhece, Fuller House é uma continuação da marcante série dos anos oitenta Full House, em que um pai de família viúvo, Danny Tanner (Bob Saget), pede ajuda a seu cunhado, Jesse Katsopolis (John Stamos) e a seu melhor amigo, Joey Gladstone (Dave Coulier), para criar as suas três meninas: DJ (Candace Cameron Bure), Stephanie (Jodie Sweetin) e Michelle (Mary Kate/Ashley Olsen). A série de comédia teve oito temporadas e fez parte da infância de muitos por aqui graças a sua repetição no SBT.
No ano passado, a Netflix liberou a primeira temporada do reboot, que se concentrava na vida das meninas ao invés dos pais delas. Essa temporada não foi muito feliz para mim. É claro que teve o fator nostalgia e foi muito bom rever tantos personagens queridos, mas em geral a série não parecia ir a lugar nenhum, dando voltas ao redor de si mesma com caras e bocas demais – até mesmo para uma série de comédia. Dito isso, deu para perceber a minha falta de entusiasmo para com a segunda temporada, né? Lá fui eu, meio a contra gosto, assistir a continuação.
Já no primeiro episódio deu para perceber que a Netflix fez o dever de casa dela. As piadas melhoraram infinitamente e as caras e bocas vinham no momento e na quantidade certas. Os personagens ganharam mais profundidade sem perder a graça e a nostalgia. Especialmente, Kimmy Gibler (Andrea Barber), que na primeira temporada mais parecia um bobo da corte do que uma mulher madura por mais excêntrica que a personagem seja. E a história ganhou espaço e destaque para guiar a série, deixando de lado os episódios soltos que dominaram a primeira temporada.
Ainda é, claro, uma série de comédia, mas a trama ficou mais inteligente e as personagens se assentaram, são mais envolvidas entre si, com uma interpretação melhor (alôu, crianças!). Se na primeira temporada tudo era solto, essa foi muito mais coesa. Eu consegui compreender que a aquela fase da série veio para assentar a história e o público nela, mas ainda acho que poderia ter sido bem melhor. A segunda temporada veio para pedir desculpas pela primeira e levantar o nível da série. Agora sim!
Como eu disse, a trama ganhou raízes e cada uma das protagonistas, assim como seus filhos teve um destaque e um caminho. A maioria foi voltada para o amor – inclusive Max, o filho do meio de DJ de oito anos, com sua primeira namoradinha – e a batalha entre Steve (Scott Weinger) e Matt (John Brotherton) pelo coração de DJ ganhou rumos que me surpreenderam. Steve lembrou muito a sua época de namorado de DJ do ensino médio e pudemos enxergar mais dele e nele do que na primeira temporada. Enquanto Matt, estava lá para fazer o papel de galã como sempre. #TeamSteve
As crianças se conectaram mais e trouxeram a sensação de serem realmente uma família. OK, não teriam como passar isso na primeira temporada, mas era uma ausência que eu sentia inclusive entre Jackson (Michael Campion) e Max (Elias Harger), filhos de DJ. Finalmente eles mostraram que se importam um pelo outro e não estão ali só para assistir a trama de sua mãe, tia e, bom, Kimmy se desenvolverem. Gostei bastante dessa parte e consegui finalmente criar algum vínculo com os personagens.
A segunda temporada despertou mais interesse tanto em continuar a série como pela estrutura da história, seus personagens, até mesmo pelo cenário mais natural agora e menos plastificado como na primeira. Despertou carinho e mais nostalgia com um dia de ação de graças maravilhoso. Trouxe a tona mais dualidade e desespero para os Teames Steve e Matt. Criou mais material de apego e fandom. Agora vai, Netflix! Continua assim e, olha, não desista da Michelle. Irmãs Olsen, come! It’ll be fun! 😉