Relatos de uma primeira Comic Con Experience
Muito ouvi sobre o bafafá da Comic Con Experience no ano passado. Me remoí por não estar lá enfrentando filas enormes para olhar David Tennant de pertinho . Prometi a mim mesma que no ano seguinte iria. E assim foi. Na quinta-feira, dia 01, lá estava eu na fila de retirada de ingresso para entrar no que jurava ser épico. Três horas e meia depois, sem água ou banheiros por perto e em pé, consegui entrar na São Paulo Expo para entender porque a CCXP tem toda essa fama. Não foi preciso muito tempo para saber: foi só passar pela roleta.
Logo na frente você dá de cara com os estandes da HBO e da Iron Studios. O primeiro foi todo temático, levando produtos e decorações da série Game of Thrones, e esbanjava carisma logo de cara. O segundo tinha as mais incríveis action figures que o mundo já viu. Não seria nenhuma novidade então que as filas dominassem suas entradas. Os outros estandes não ficavam para trás. Não entrar na Warner ou na Disney seria um grande erro, com os figurinos de séries e filmes incríveis, assim como trailers e atividades interativas. A Intrínseca levou todo a atmosfera de Neil Gaiman para o evento e construiu um dos espaços – senão o espaço – mais bonito da CCXP.
A decoração serviu mais do que para encantar, ela nos levava a falência. Grande parte do evento se sustenta por ser uma enorme feira. Muitas lojas estão ali, desde Riachuelo, com sua coleção geek, até aquela desconhecida que você nunca viu mais gorda, vendendo action figures e fazendo fama. Não importa o porte e o nome da loja, já que seus produtos levarão o seu dinheiro de qualquer forma. Roupas, almofadas, livros, HQs, mangás, funkos, canecas, bottons etc. Uma pequena lista dos inúmeros achados por lá. Sim, você precisa tirar pelo menos um dia só para rodar e fazer compras.
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As grandes e celébricas atrações anunciadas durante o ano pela CCXP são para os fortes e para aqueles que preferem ignorar o evento como um todo para ficar em filas. E ainda correr o risco de após horas de espera não entrar. Pessoalmente, os convidados desse ano não me interessaram muito. Só mesmo Neil Patrick Harris porque, né, Neil Patrick Harris, gente. Infelizmente, eu não tive condições para encarar a maratona que é a fila para o auditório Cinemark. Muita gente passou por isso e uma intenção maneira da produção do evento foi passar o que acontecia lá dentro em um telão no lado de fora. Só os conteúdos exclusivos que não apareciam, mas acho que está valendo mesmo assim.
Falando em produção, a organização do evento – tirando as filas torturantes de quinta – foi impecável. Milhares de pessoas andavam para lá e para cá em um retângulo enorme e fechado, mas em nenhum momento eu senti calor. Os banheiros estavam sempre limpos e havia funcionários para ajudar e tirar dúvidas desde o metrô de Jabaquara até a praça de alimentação. Esta não ficou limitada a só uma, eu pude contar umas quatro de diferentes tamanhos, o que ofereceu bastante lugar para sentar. De fato, como matéria de organização não tem muito o que reclamar.
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Já em questão de preços… Era de domínio público que para chegar perto daquele artista que você admira, você teria que pagar, no mínimo 180 reais. Alôu, Omelete, já ouviu falar sobre a crise em que estamos? Aparentemente, não. Guardemos esse dinheiro para decorar o nosso espaço com produtos, ok? Não. Os preços das lojas flutuavam entre o que chamamos de preço de capa e os mais lucrativos. Só vamos deixar claro que não foi uma viagem boa para as famosas lembrancinhas pros parente tudo.
Deixando essas facadas de lado, uma coisa não dá para negar: foi épico. A atmosfera do evento é incrível. Reunir um bocado de interesses diferentes no mesmo lugar tem tudo para dar errado, mas a Comic Con Experience aceitou o desafio três anos atrás e, pelo que percebo, só melhora com o tempo. No último dia, já dava para sentir saudades de algo que ainda nem tinha acabado. Isso era só por saber que, mesmo que haja outra edição no ano que vem, não seria a mesma coisa. O que nos resta agora é contar os dias e as moedas para dezembro de 2017. Porque, olha, te garanto, #VaiSerÉpico!