Resenha | Você pode não querer morar em “Amityville”, mas vai querer lê-lo
Resolvi começar a resenhar esse livro assim que terminei a leitura. Não tenho muita ideia como começar. Só sei que, quando fechei o livro, senti meu coração acelerado e a sensação que alguém me observava, fruto da atmosfera, da história pairava por ali. Amityville é um relato da experiência da família Lutz em uma casa histórica em Long Island que assombrou e chocou tanto o público quanto os envolvidos por muito tempo, tanto que até hoje a história da casa 112 Ocean Avenue gera incômodo e curiosidade em muitas pessoas.
George e Kathy Lutz resolveram começar suas vidas em uma casa nova, que comportasse seus três filhos, seu cachorro e suas duas lanchas. Quando a casa 112 cai como uma luva em suas mãos, eles acharam que era sorte, milagre ou destino. Sobre os dois primeiros, os vinte oito dias que passaram na propriedade vão desmenti-los completamente; quanto ao destino… Isso é uma discussão muito maior e inacabada.
Durante sua estadia, os membros da família Lutz passam por situações que desafiam a lógica e a realidade como a conheciam, e o medo passa a ser o novo integrante do clã. Barulhos estranhos, figuras escabrosas, oscilações de temperatura, forças externas passam a co-habitar Amityville, dividi-la com os Lutz, que precisam ser muito mais fortes do que jamais sonharam precisar ser.
Eu fiquei muito apreensiva no início da leitura e eu gostaria de dizer que passou durante a leitura, mas nem de perto isso aconteceu. A cada dia que passava, a cada página eu que virava, sentia os mesmos medos, as mesmas sensações que cada personagem sentia. A história não te deixa respirar por muito tempo e nós ficamos nos perguntando qual a próxima desgraça que irá acontecer que finalmente tirará a família do ceticismo e a fará agir.
A edição mostra o apreço da editora de costume, com design lindo e super envolvente com a história e a proposta e o trabalho de diagramação está impecável. A única coisa com a parte física do livro que me incomodou foi o bendito ponto de exclamação que teimava terminar toda cena mais forte, onde um ponto final ou umas reticências seria muito mais adequado. Eu não sei se isso foi algo do autor ou do tradutor, mas foram tantos que me incomodou.
A repercussão do caso de Amityville chamou a atenção da mídia e de muitos curiosos até chegar aos ouvidos de profissionais da área, como Ed e Lorraine Warren. Já ouviu esses nomes em algum lugar? Sim, o demonologista e a médium são famosos por resolver casos sobrenaturais e chegaram a visitar a casa para constatar porque os Lutz passaram por tais maus bocados ali dentro. A conclusão deles, inclusive, se encontra no livro de Jay Anson.
O livro é um registro aterrorizante que te leva num fluxo de leitura muito bom. Quando você vê, devorou o livro. Tudo bem, não sei se nesse caso é algo muito bom, já que as chances de você ficar apavorado são muito grandes. Mas se você está procurando uma boa história de terror, Amityville é um prato cheio, transbordante, perfeito para você. Ainda temos a cereja em cima do bolo nesse caso, aquelas quatro palavrinhas mágicas, que assustam mais do que qualquer outra coisa na história: baseado em fatos reais.
Ficha Técnica:
Título: Amityville | Autor: Jay Anson | Tradução: Eduardo Alves | Páginas: 240 | Editora: Darkside Books | ISBN-13: 9788594540126 | ISBN-10: 8594540124 | Ano: 1977 | Adicione ao: Skoob – Goodreads