Diagnóstico | The Vampire Diaries (8ª Temporada)
ATENÇÃO: ESTE POSTS TEM SPOILERS!
Após oito anos de Mystic Falls, a saga dos irmãos Salvatore finalmente chegou ao fim na noite passada. The Vampire Diaries foi e para sempre será uma série de acalentar os nossos corações – e pisar também porque Julie Plec só não é pior que Shonda Rimes, viu? E como a gente gosta de sofrer nós acompanhamos até o fim, não é mesmo? Todos os altos e baixos da série tiravam a gente do sério e com certeza a maioria dos fãs sentiu a qualidade da série cair nos últimos anos. Pessoalmente, não gostei nada dos Viajantes, nem do clã dos vampiros adormecidos da mãe de Stefan e Damon. A gente sentiu falta de um vilão de verdade, como Klauss, Mikael, Silas e até mesmo Damon foram.
Felizmente, Julie Plec, produtora executiva e criadora da série ao lado de Kevin Williamson, notou nosso desespero e, pelo menos, tentou reformular e trazer de volta elementos que tanto amamos na oitava temporada. Deu certo? Super certo. A última – 🙁 – temporada da série arrancou elogios dos fãs, despertou o interesse daqueles que haviam abandonado TVD e brincou com os nossos sentimentos bem bonito.
Plot da Temporada: O inferno
O início da temporada foi marcado pelo desaparecimento de Damon e Enzo, após o túnel do Armary ter sido aberto, liberando a criatura que ali habitava. Nós logo sabemos após meses buscando pelos dois, que a criatura presa ali dentro era uma sereia sedenta por carne humana. Damon e Enzo tornaram-se seus servos insensíveis e cruéis graças ao poder psíquico da criatura. Stefan, Caroline, Bonnie e Alaric procuram entender melhor sobre ela para derrotá-la e acabam descobrindo que ela – e sua irmã – são criadas do diabo em pessoa: Cade. A partir daí, nós vemos um novo vilão para combate. Como formas de obter sua liberdade e se livrar do inferno, as duas sereias convocam o diabo e propõem uma troca a Cade: os irmãos Salvatore seriam os novos responsáveis por popular o inferno com as almas mais perversas que encontrarem pelo caminho. A nova profissão dos irmãos só se torna real para evitar que as filhas de Caroline preencham a vaga.
Stefan sabe que para conseguir cumprir a troca precisará desligar seus sentimentos e, consequentemente, ter a possibilidade de se tornar o estripador mais uma vez. Em meio de acordos menores com Cade, o desumano Stefan perde a companhia do insensível Damon quando a sereia religa a sua humanidade. Para ganhar o incentivo para matança de novo e ter a possibilidade de não ir para o inferno, Stefan recorre a proposta de Cade: matar o elo mais forte do vampiro para com a humanidade, Elena. Esta estava sob proteção de Bonnie e Enzo, que quando encontram Stefan quase perdem a bela adormecida. Após arrancar o coração de Enzo na frente da ex-bruxa Bennet, Stefan é transformado em humano novamente por ela – que já estava com a seringa em mãos para transformar seu amado e envelhecer com ele.
Humano e indefeso, Stefan é alvo de muitos outros enraivecidos pelos seus atos, mas Caroline está ao seu lado e prova sua lealdade e amor constantemente. Era preciso agora destruir Cade e o inferno. Depois de pesquisas e investidas sem sucesso, o diabo finalmente cai. Mas as portas do inferno foram abertas, mesmo que tenha sido uma frestinha e algumas carinhas conhecidas retornam para se vingar e desfrutar da liberdade, entre elas Kai Parker. É através dele que nós e os personagens obtemos um par de informações importante que define a luta final da série: destruir o diabo não quer dizer destruir o inferno só que um novo regente assumiu. Quem mais senão the badest bitch in town Katherine Pierce? Com o objetivo de matar a todos que a machucaram naquela cidade, a ex-vampira pretende liberar os fogos do inferno e queimar Mystic Falls, junto com todos os integrantes da cidade, claro.
Para impedi-la, era preciso uma grande força e um significativo sacrifício. Com pouco tempo para agir, os personagens precisariam mandar Katherine de volta para o inferno enquanto Bonnie controlava o fogo que irradiava a cidade. Mas para certificar de que a vilã tinha realmente morrido alguém teria que ficar para trás e perecer com ela. Depois de uma discussão muito comovente, Stefan age pelas costas de Damon e, garantindo a segurança do irmão, consegue tirá-lo de lá e assegurar ele mesmo que Katherine e o inferno nunca mais voltariam para assombrá-los.
Impressões:
Desde o primeiro episódio dessa temporada, era notável que algo mudou. Na verdade, que algo retornou a essência da série. Além de variados flashbacks que mexiam com nossos corações, foi muito legal assistir os personagens retornando as raízes. O Damon do início da série é bem mais claro. Nãos sei se vocês lembram de uma cena em que ele está lendo Crepúsculo na cama da Caroline? Agora ele testou mais um bestseller mundial: Cinquenta Tons de Cinza, claro. A névoa e os corvo estavam de volta quando ele capturava pessoas para a sereia. Vários elementos voltaram para nos deixar nostálgicos (mesmo que por breves momentos): a versão ripper do Stefan, o Alaric como caçador, a Bonnie com seus poderes de volta, Katherine cuspindo ódio, o retorno de alguns personagens etc. Essa jogada foi um grande acerto dos criadores já que fechou a série com respeito pela própria história sem apagar ou fingir que alguma coisa ou alguém não passou por ali.
Outro ponto positivo foram os vilões da temporada. Em uma hierarquia crescente de maldade, nós enxergamos vilões bem desenvolvidos com histórias intrigantes e personalidades odiáveis. Era bom colocar uma face ou pelo menos poucas delas no mal da vez, sabe? As sereias eram criaturas fracas mas poderosas que buscavam uma fuga e para isso fariam qualquer coisa que precisassem, inclusive, entregar duas crianças de cinco anos para o diabo. Este, por sua vez, era um vilão comprometido com sua causa, sem arrependimentos e com ambições não muito grandiosas, mas sem medo de causar dor e discórdia para consegui-las. E, vamos combinar que o peso da sua entidade era algo assustador por si só, não é mesmo? Por fim, fechar a vilania da série com Katherine foi o ponto alto. Ela foi a primeira vilã lá na primeira temporada com Damon buscando por ela por todo esse tempo. A vampira dobbleganger agora fecharia a conta do jogo.
Por fim, o caminho dos mocinhos foi algo reconfortante. Muitos dilemas internos entre os Salvatores foram apresentados durante a série, entretanto o principal não tinha sido muito trabalho. Até agora. Stefan e Damon precisaram lidar com a culpa e a responsabilidade de quando o primeiro transformou o outro em vampiro. Em paralelo, Bonnie Bennet nunca se mostrou mais forte e badass do que nessa temporada. O amor por Enzo e depois a perda que ela sofreu foram motores constantes de cada ação da personagem, guiando-a para boas decisões, com força e determinação. Caroline, por sua vez, superou foi a base da temporada, o apoio, o alicerce. Ela era quem era forte o suficiente para amar e ajudar a todos em seus momentos de dor e ainda ser mãe de duas bruxinhas poderosas. Como se não fosse suficiente, ela conseguiu um lindo fechamento para seu romance com Stefan. Definitivamente, a rocha gentil da temporada.
Diagnóstico:
The Vampire Diaries encerrou o seu ciclo muitíssimo bem, com uma temporada forte, de constante despertar de interesse e uma bela homenagem sua trajetória e à companhia dos fãs e público em geral. Foi bonito, foi. Foi intenso. Foi verdadeiro.