Meu nome é Ray
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Diagnóstico | Meu nome é Ray: a batalha para ser você mesmo

Todo ano eu assopro as velas e faço o mesmo pedido. Eu gostaria de ser um menino.”

Meu nome é Ray, lançado em 2015, traz Elle Fanning no papel de Ray. Ele nasceu Ramona, mas, com o passar do tempo, cada vez mais não se identificava como uma mulher. Ele mora com sua mãe, sua avó e a namorada dela, Honey, e está procurando ajuda médica com a transição de gênero.

Para conseguir tal mudança, ele precisa do consentimento dos pais, pois só tem dezesseis anos. Contudo, seu pai não está na sua vida há cerca de dez anos. Esse momento tão delicado e crucial na vida de Ray vai despertar fantasmas do passado da família adormecidos que podem impedir sua tão desejada transição.

Elenco poderoso, personagens intrigantes

Meu nome é Ray

O elenco de Meu nome é Ray é de peso. Começando pela própria Elle Fanning, a cada trabalho seu fica claro que é tão talentosa quanto a irmã, Dakota – com o seu jeitinho, claro. Ela consegue se colocar no papel de um homem trans muito bem, nos convence e envolve facilmente, mas eu gostaria que tivesse sido um ator trans no lugar do protagonista. Ainda assim, a atuação de Fanning é fantástica.

Ela trabalhou com duas cânones do cinema hollywoodiano: Naomi Watts, no papel de sua mãe Maggie, e, a diva, Susan Sarandon, como sua avó. As duas precisam lidar com a mudança da sua filha e neta para filho e neto e tem reações muito diferentes. Apesar de aceitarem na superficialidade, a mãe teme pelo futuro de Ray ao mesmo tempo em que não quer “perder” a sua filha, uma vez que perdeu tantas outras coisas – talvez a si mesma – durante a vida. Por outro lado, a avó tem dificuldade em entender que identidade de gênero não é a mesma cosia que orientação sexual.

Meu nome é Ray levanta pontos importantes do movimento

Meu nome é Ray

Justamente essa confusão entre identidade e orientação é um ponto de importante discussão no filme. Da mesma forma que o medo pelo futuro de Ray, sentido pela sua mãe, debate o preconceito muito presente ainda na sociedade.

Há ainda a necessidade do recomeço total. Ray quer uma nova escola, um novo pano de fundo para dar o start na sua transição. Ele não quer lidar com seus mesmos vizinhos e colegas que o conheceram como menina, justamente porque quer minimizar a presença dos preconceitos dos outros. O quanto puder, é claro.

Como filme, é ok

Meu nome é Ray

Mas como história, vale muito a pena. Toda a mensagem do filme ajuda o público a entender melhor o que passa dentro da mente de uma pessoa trans. Nos ensina a ter mais compaixão.

Meu nome é Ray conversa com o público em um drama bem desenvolvido, com um roteiro bom e atuações maravilhosas. De resto, da parte técnica dou destaque a edição, que brinca entre a câmera do próprio filme e a câmera de Ray para o seu diário-documentário. O filme está disponível na Netflix e recomendo demais que o veja.


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Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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