5 escritoras pretas para ler para ontem

Recentemente, o movimento anti-racismo, que eclodiu com o assassinato de George Floyd nos Estados Unidos e do menino João Pedro no Brasil, me fez pensar sobre muitos hábitos meus. Eu preciso começar dizendo que sou uma mulher branca e reconheço que não é o meu lugar de fala. No entanto, isso não quer dizer que posso deixar de me envolver no movimento. Sendo assim, é preciso usar nossos privilégios para reconhecer o absurdo e estudar o máximo possível para ajudar a mudar a situação. Aprender é a chave e, assim, separei cinco escritoras pretas que pretendo ler mais e me aprofundar nas obras num futuro próximo.

Angela Davis

Nascida no Alabama, nos Estados Unidos, Angela Davis se tornou conhecida na década de 1970 como integrante do movimento Panteras Negras e pela sua luta pelos direitos das mulheres e conta a discriminação racial. Ela se envolveu em um dos julgamentos americanos mais famosos porque uma arma registrada no seu nome foi utilizada no assassinato de um juiz. Ela foi inocentada depois de um ano e meio de julgamento.

Angela é professora e filósofa e escreveu livros importantíssimos para o movimento anti-racista: Mulheres, raça e classe | A liberdade é uma luta constante | Mulheres, cultura e política | Estarão as prisões obsoletas? | A democracia da abolição | e muitos outros.

Conceição Evaristo

Nascida numa família de 9 irmãos em uma comunidade carente de Belo Horizonte, Conceição Evaristo foi a primeira a ter um diploma universitário. Ela investiu na carreira acadêmica e na literatura desde a década de 1990. Já escreveu romances, contos, poemas e é integrante ativa do movimento militante preto brasileiro. Dentre as suas obras, destaca-se Olhos D’Água, Ponciá Vicêncio e Becos da Memória.

Nicola Yoon

Filha de imigrantes jamaicanos, Nicola Yoon se mudou para os Estados Unidos ainda criança e se formou em engenharia. Ainda na faculdade, foi obrigada a cursar uma matéria fora do seu curso e escolheu Escrita Criativa. Dali em diante descobriu sua paixão por escrever. Já lançou dois livros que, inclusive, se tornaram filmes: Tudo e Todas as Coisas e O Sol Também é uma Estrela.

Ambos contam com uma protagonista preta, mas somente no segundo conversamos mais sobre os problemas da imigração no Estados Unidos e sobre as questões raciais no país. São leituras leves, mas com mensagens muito importantes. O primeiro, já vi o filme, enquanto o segundo, li o livro. Vale muito a pena.

Chimamanda Ngozi Adichie

Como não amar Chimamanda? Suas palestras no TED podem ter feito com que ganhasse reconhecimento internacional, mas são seus livros e suas temáticas que o garantem. Seus livros trabalham a cultura africana, questões de imigração e descriminação racial de uma maneira incrível. Americanah, seu romance, está na minha lista de próximas leituras. Outros livros da autora pelos quais você pode se interessar são: Hibisco Roxo, No Seu Pescoço e Meio Sol Amarelo.

Toni Morrison

Toni Morrison foi uma professora e escritora estadunidense, ganhadora dos Prêmios Pulitzer e Nobel. Ela nasceu na Ohio que vivia as consequências da Crise de 29, mas ainda assim conseguiu ter acesso a livros que amava muito. Sua carreira também passa pela edição: foi editora na Random House, uma grande casa de publicações americana, onde publicou nomes como Angela Davies e Henry Dumas.

Sua literatura costuma focar na vida de mulheres pretas durante os séculos XIX e XX, com personagens fortes e inteligentes. Aqui no Brasil, seus livros são publicados pela Companhia das Letras. Aqui você encontra aqueles que estão disponíveis.

Essas são cinco escritoras pretas que eu indico a vocês e quero conhecer mais ainda do que um simples perfil. No instagram do site, vocês podem encontrar mais cinco indicações, viram?

Conhecem mais escritoras pretas? Me contem.

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