Mundo Ghibli: Memórias de Ontem + Porco Rosso
Chegamos no post mais complicado do projeto. Aquele em que eu tenho que falar mais mal do que bem. Sempre fico em dúvida se trago um conteúdo negativo para vocês, mas, como me comprometi a falar de cada filme do mundo ghibli, era fato que eu não ia gostar de todos. E, entre Memórias de Ontem e Porco Rosso, posso dizer que pelo menos um está bem longe dos meus favoritos.
Memórias de Ontem (1991)
Taeko é uma mulher focada no seu trabalho, na sua vida agitada em Tóqui. Quando visita sua irmã no interior para a colheita do ano, ela começa a se questionar sobre as decisões da sua vida e sobre o que ela queria e quem ela era quando era criança. Em um esquema de flashbacks, viajamos entre a pequena Taeko e a mulher Taeko em uma história com muitos sentimentos e uma montanha-russa de emoções.
Totalmente diferente do que o Studio tinha feito até então, Memórias de Ontem não é meu favorito. Com um ritmo extremamente lento e uma protagonista muito ambígua, fica difícil se interessar por ela. E, se não nos interessarmos por Taeko, não há mais nada no filme pelo o que se interessar. É basicamente isso.
Mesmo assim, dou destaque para uma coisa: Memórias de Ontem trabalha bem sobre o que é ser mulher numa família machista, desenvolve cenas boas sobre a passividade feminina e sobre a opressão quando se é diferente do esperado. A infância de Taeko é bem mais instigante do que a vida adulta, mas o filme não me conquistou. Infelizmente.
Porco Rosso (1992)
Saindo de oito para oitenta, Porco Rosso conta a história de um aviador mercenário que é um mutante-porco? Não saberia dizer exatamente quem é Porco Rosso fisicamente, mas no seu interior vemos um herói frustrado com as modificações da Itália dos anos 30, vendo a ascensão do fascismo. Ele é constantemente chamado para salvar as pessoas nas mais estranhas situações e isso estraga muitos planos dos vilões e bandidos da cidade.
Porco Rosso é um personagem misterioso e conquistador. Ele é determinado e leal a sua verdade. A história do filme, no entanto, é bem louca. Após estragar tantos planos, ele é desafiado por outro aviador enquanto tem a ajuda de uma jovem mecânica para turbinar seu avião. Todos os diálogos e plots nos rendem boas risadas e é um filme surpreendente.
Ele é ótimo para aliviar a mente. Vá de coração e mente aberta. O único problema – que, pelo o que notei, aparece muito nas obras do Studio – é a falta de background que estamos acostumados. Neste caso, a pergunta mais importante fica sem resposta: como Porco Rosso virou um porco, ora bolas?
Assim como O Castelo no Céu era recheado de dirigíveis, Porco Rosso é um prato cheio para quem curte aviões. Inclusive, nessa matéria da revista Asas, podemos descobrir as inspirações para os aviões do filme. Bem bacana.
Não deixa de conferir todo o Especial!