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Crítica | Deadpool 2: o rei da zorra toda, o mestre das referências

Apesar do crescimento dos últimos anos, o interesse por filmes de super-herói, assim como várias outras coisas, não é unânime. No entanto, eu gosto de pensar que uma história, um filme em especial atrai os que viram a cara para superpoderosos em uniformes apertados, além de seus próprios e clássicos fãs: Deadpool. Depois de faturar quase 800 milhões de dólares de bilheteria com seu primeiro filme, a continuação da franquia, Deadpool 2, chegou na semana passada aos cinemas e já parece repetir o feito do primeiro.

Deadpool 2 pega onde a história parou e traz logo na primeira parte do filme uma grande tragédia. Movido por ela, Wade (Ryan Reynolds) toma algumas decisões erradas – algo envolvendo barris de gasolina e um cigarro acesso – e, ao tentar seguir pelo caminho correto encontra dois mutantes que precisarão de sua ajuda, de certa forma. Ele se vê ligado, preso, dividindo cela (é, spoiler, eu sei, supere) com um jovem de 14 anos bastante inflamavelmente perigoso e emocionalmente instável. Como se não fosse suficiente, um viajante do tempo meio ciborgue com uma super arma, digo, braço, Cable (Josh Brolin), os persegue em uma missão incansável que mudaria o futuro. 

Impressões

Ir ao cinema para assistir Deadpool 2 é aquele tipo de experiência em que a gente fica ansioso pela data de estreia porque sabe que serão duas horas de risadas garantidas. Agora, em quesitos de história, talvez não sejam as histórias mais originais do mundo. Vamos lá. Na primeira, o personagem está se achando nessa nova identidade, após se voluntariar a experiências para não morrer de câncer. Isso somado a uma história de amor. A segunda narra uma jornada de vingança e definitivamente, como Wade fala nos primeiros minutos de narração, é um filme familiar. Só que talvez não seja muito bom ver com seus pais, dependendo da sua idade… Não sei, fica a dica.

X-force e toda a família

Ainda assim, o enredo é bem fechado e irônico por si só. Mas, é claro que Deadpoool seguiria uma história clichê para poder zoar com tudo – durante o filme e no final (com cenas pós-créditos maravilhosas). O que se destaca nesse ponto é a estrutura familiar: novos e velhos personagens se juntam a franquia e enriquecem a história. Bastante conhecidos pelo primeiro filme, Colossus (Stefan Kapičić) e Negasonic Teenager (Brianna Hildebrand), não fazem só o papel de salvador de pele de Deadpool. Muito pelo contrário, suas tramas pessoais crescem e os personagens se desenvolvem. Da mesma forma que as novas carinhas introduzidas na continuação. 

Colossus e Negasonic

Buscando formar um novo X-men (boohoo, mais um spoiler, é pequeno, você vai sobreviver), Deadpool conhece algumas figuras – que ao meu ver podiam ter participações maiores (Terry Crews, meus amigos, Terry Crews) – e, dentre elas, está Dominó (Zazie Beetz). A super-heroína é super por ter uma super sorte, além de saber lutar bem para caramba. Isso, no entanto, são detalhes, certo? Errado. Dominó é uma senhora personagem, com um background bem interessante para a história e uma ótima química com Deadpool – nada romântica, ok? É de parceria mesmo.

Por fim, chegamos a Cable (Josh Brolin). Vendido como o mega vilão no trailer, o viajante do tempo vingador é muito mais complexo do que esse preto-no-branco de bem e mal bastante batido nas narrativas do mundo das artes. Quando isso acontece, a história normalmente fica mais bem feita e intrigante, exatamente o que aconteceu em Deadpool 2. E, como quem não quer nada, ainda deixou margem para novas histórias da franquia porque trouxe consigo uma peça fundamental que… Oops, não mega spoiler, não vai rolar.

Dominó e Cable

O rei das referências

Se no primeiro filme, Wade é o mestre das alfinetadas, no segundo, ele é o rei das referências. Para a felicidade dos fãs, Deadpool brinca e implica com tudo e todos, sem deixar passar nenhuma oportunidade. As minhas favoritas foram evocar Thanos (personagem de Brolin em Vingadores: Guerra Infinita) e relembrar que a casa dos X-men sempre parece meio vazia (mas, será que está tão vazia assim? Preste atenção a essa cena). Mais ainda, Wade não tem medo de trazer a concorrência para o meio e até a DC entra na jogada. As referências são, com toda a certeza, a maior fonte de risadas no filme.

Já entreguei alguns spoilers por aqui e fui contra meus princípios, mas valeu a pena. Deadpool 2 é uma continuação que acompanha a qualidade do primeiro filme, envolve o público e o fã e ri na cara do perigo, sem medo de testar os estômagos da audiência (seja pelas risadas, seja pelos membros ensanguentados em tela). Valeu muito a pena estar com altas expectativas para os passos seguintes de Wade. Agora é esperar pelos próximos.

Imagens: Deadpool 2 Pôster Reprodução

Confira o trailer:

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Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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