Resenha | "Lugar Sombrio" nos mostra uma nova faceta do mundo espiritual |

Após a leitura do primeiro livro, Ed e Lorraine Warren: Demonologistas, eu achava que poucas coisas poderiam me aterrorizar. Primeiro, porque você passa a conhecer o passo a passo dos casos em que os Warren trabalharam. Segundo, porque eu já li coisas bem assustadoras, e leitores de terror hão de concordar que você cria uma certa resistência a cada leitura.

No entanto, Lugar Sombrio é algo inovador nesse sentido. A história, desta vez, é apenas um caso no livro inteiro, e isso me decepcionou até notar que este caso precisava de um livro só para ele. Ele aconteceu com Carmen e Al Snedeker, um casal com 4 filhos, católicos, tementes à divindade cristã, que mantinham distância de qualquer situação relacionada ao oculto. Independente disso, Stephen, o filho mais velho tem câncer e dessa forma inicia uma cansativa viagem de muitos quilômetros até o hospital de outra cidade. Ele já está com uma doença que o debilita muito, e a viagem tornava tudo mais torturante.

Milagrosamente, ~~ou não,~~ uma casa perfeita surge na cidade do hospital, e assim a família pode se mudar e ter um pouco mais de calma durante sua rotina. Mas tem um detalhe: a casa costumava ser uma funerária. Isso não é visto com bons olhos por Carmen, porém a casa apenas recebeu mortos em um certo momento do passado. Que mal poderia haver agora? Stephen é o primeiro a notar que há algo de errado com a casa e a chama de maligna, mesmo ele não entendendo o motivo disso. Seus pais prontamente não acreditam nele, e começam a viver situações aterrorizantes, fingindo que nada está acontecendo. Esse fingimento os leva ao limite até admitir que algo está errado e entram em contato com os investigadores Ed e Lorraine Warren.

A única coisa que faltou durante a narrativa de Ray Garton foi uma pesquisa sobre o proprietário da casa. Isso porque algumas coisas permaneciam ali e não podiam ser mexidas, como mistérios que não poderiam ser desvendados. Afinal, quem é leitor dos famosos demonologistas gostam deles justamente porque eles são investigadores do sobrenatural e não costumam deixar ponto sem nó.

Este novo livro tem uma narrativa densa, pesada, ainda assim eu não conseguia tirar meus olhos das páginas. Aconselho a ler algo leve depois, assistir a um filme, ficar perto das pessoas amadas, pois a sensação de humilhação dos personagens e opressão chegou a um nível que eu não poderia imaginar. Ao mesmo tempo que nossa curiosidade é alimentada, e entendemos um novo lado desse mundo espiritual, a sensação de impotência contra o sobrenatural aumenta drasticamente. Ainda bem que Ed e Lorraine existiram para essa família.

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Resenha | “Lugar Sombrio” nos mostra uma nova faceta do mundo espiritual

Thaís Costa

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