Por dentro do universo de “Sailor Moon”
É com muito orgulho que essa coluna vai falar sobre Sailor Moon num mês tão especial quanto este, com o Dia das Mulheres. Esse anime representou um marco no gênero de garotas mágicas das produções japonesas, e mistura muitos elementos de outros gêneros com astrologia e muito simbolismo. Lembra aquela época que você era criança e via milhões de tipos de Power Rangers? Então, meus queridos, Sailor Moon conseguiu inovar esse tipo de gênero só que focando nessa parte Girl Power. Se você sempre quis entender sobre a história, por onde começar a ver ou ler, segura na minha mão e tenha paciência com meu textão. 😉
Tudo começa com uma garota de 14 anos chamada Usagi Tsukino (ou Serena Tsukino aqui no Brasil). Ela adora doces, é muito estabanada, é conhecida por sua falta de inteligência, além de ser muito chorona. Uma garota completamente normal,e sem nenhuma habilidade para se tornar uma super heroína, encontra uma gata de rua chamada Luna que lhe diz que ela é uma guerreira destinada a salvar a terra das forças do mal. E assim nasce a heroína mais chorona de todos os tempos: Sailor Moon. Luna, a gata falante, lhe dá a tarefa de procurar a Princesa da Lua que renasceu na Terra porque seu reino foi destruído pelo Reino Sombrio. Durante a sua trajetória, conhecemos as heroínas que representam o sistema solar, Sailor Mercury, Sailor Mars, Sailor Jupiter e Sailor Venus. E algumas visitas de Tuxedo Mask, um herói de terno que sempre salva as Sailors na hora certa, garante o romance no ar.
Descobrimos que a princesa, que é o foco da história, renasceu na Terra com o amor da sua vida, suas defensoras e dois gatinhos: Ártemis e Lua. Cada Sailor descobre que suas vidas são mais interligadas do que elas pensam, e que todas elas tinham vidas e identidades passadas! E assim, à medida que a história evolui, conhecemos também as sailors do sistema solar externo: Sailor Neptune, Sailor Uranus, Sailor Saturn e Sailor Pluto. É muita personagem, mas o expectador nota as nuances de personalidade de cada personagem, seus cortes de cabelo, roupas com cores diferentes e fica fácil identificar quem é quem. Uma parte interessante dessa produção é a forma como lida com a sexualidade. Por exemplo, existem personagens mulheres que tem padrão de comportamento masculino e se identificam como homens, há também o romance entre Michiru (Sailor Neptune) e Haruka (Sailor Uranus) – que garante muitos suspiros dos expectadores. Na exibição do anime clássico nos EUA, inclusive, elas são primas pois não acharam adequado para a faixa etária do programa. Erraram feio, erraram rude. 🙁
O mangá, que foi criado por Naoko Takeuchi com o nome de Pretty Guardian Sailor Moon, tem um ritmo de história acelerado com apenas 60 capítulos conhecidos como Atos e dez histórias paralelas. A série completa tem 12 volumes com mais dois volumes de contos separados. Aqui no Brasil foi publicada pela editora JBC e é de fácil acesso. A arte de Naoko é belíssima, e cá entre nós, eu prefiro o mangá justamente por isso. A primeira ideia de Naoko foi fazer um mangá sobre uma justiceira de roupa de marinheiro chamada Sailor V. Depois ela pensou que poderiam existir mais guerreiras e mais tarde Sailor V se torna Sailor Venus! Inclusive, aqui no Brasil temos dois volumes revisados pela autora e publicados pela JBC de Codename: Sailor V que antecedem os acontecimentos de Sailor Moon.
O anime clássico baseado no mangá foi produzido pela Toei Animation e possui 200 episódios, sendo conhecido como uma das histórias mais longas de anime no gênero garota mágica. Não é segredo nenhum que essa produção tem muitas mudanças do mangá e muitos episódios fillers. Pretty Soldier Sailor Moon é composto por cinco temporadas que são: Sailor Moon, Sailor Moon R, Sailor Moon S, Sailor Moon SuperS e Sailor Moon Sailor Stars. Cada temporada corresponde a um dos cinco grandes arcos da história do mangá, seguindo o mesmo enredo geral. Foram criados cinco curtas de animação, além de 3 filmes lançados nos cinemas: Sailor Moon R: The Movie, Sailor Moon S: The Movie e Sailor Moon SuperS: The Movie. Eu falei para vocês que prefiro o mangá, certo? A arte do anime clássico é antiga, da época que todos os quadros eram desenhados à mão, então você sente que não há muita fluidez nos movimentos. Porém, em cada temporada houve avanços na produção do desenho e os movimentos se tornam fluidos e os traços ficam muito belos também.
Agora, o novo anime que é chamado de Pretty Guardian Sailor Moon Crystal, foi anunciado em 6 de julho de 2012 no aniversário de 20 anos da franquia e, depois de muitos atrasos, estreou em 5 de julho de 2014. O formato desse anime veio totalmente reformulado pois os episódios seguem o curso do mangá com o mínimo de mudanças possíveis, e sem episódios fillers. É perceptível essa diferença de cara porque tem apenas 13 episódios por temporada, com 3 temporadas completas – e a quarta está em curso nesse momento. A mudança dos traços é drástica, pois ficaram mais delicados e as cores, em tons pastéis que traz a sensação de que você está vivendo um sonho vendo o anime. Eu particularmente achei muito bonito, mas me incomoda muito a produção ter colocado o desenho misturado com 3D. A abertura da animação tem momentos que é em 3D e as transformações também, mas no meio desses momentos a animação é como o tradicional em 2D.
Já vimos que Sailor Moon é um animezão de peso, não é mesmo? Mas quando paramos para pensar no tanto de história que essa franquia tem e no tanto que ela representa, percebemos que Sailor Moon é um ícone gigante para todas as pessoas, todas as tribos. A quantidade de produtos que existem dessa franquia demonstram o quanto o alcance dela é enorme. Vale a pena checar, mesmo que você escolha apenas uma das produções para entender um pouquinho do universo que a Naoko Takeuchi criou. 🙂