Literatura

Entrevista | Rô Mierling e o Diário de Uma Escrava

Recentemente a editora DarkSide Books publicou Diário de Uma Escrava, história que nasceu na plataforma de auto publicação Watpadd e ganhou espaço no catálogo da Caveirinha. Sua autora Rô Mierling conseguiu trazer uma história impactante para o público e nós não conseguimos largar ela ao começarmos a ler. Ela também foi super simpática ao ceder ao Anatomia Pop essa entrevista. Confira aí embaixo:

AP | Qual foi o momento em que você decidiu que seria escritora?

Não teve um MOMENTO especifico e acho que ainda estou a me “tornar” uma escritora. Desde 2000 escrevo como apoio para autores diversos, literários e científicos como ghost writer. Faço contextualizações, finalizações, incrementos para livros diversos. Em 2010, comecei a escrever textos próprios e em 2012 comecei a publicar.

AP | Como surgiu a deia de Diário de Uma Escrava? Quais foram as suas inspirações?

Estive em um bar em Brasília e vi uma menina vendendo coisas de mesa em mesa e uns “homens” começaram a tocar nela de forma inapropriada como se fosse uma piada. Ela saiu correndo, tinha menos de 12 anos. E eu percebi o risco que essas meninas correm, foi um ponto inicial. Depois fiz pesquisas, muitas leituras e percebi que não haviam muitos livros que mostravam a real consequência do “não cuidar” devidamente de nossas meninas. Também passei por situações de abuso e cárcere psicológico o que colaborou muito para a decisão de escrever esse livro.

 AP | Você fez uma grande pesquisa para construir a obra. Como foi o processo de relacionar os resultados com o que entraria no livro?

Li em torno de dezoito livros e mais de trinta artigos e reportagens. Muitos eram superficiais, filtrei tirando as informações básicas, mas outros tinham elementos mais detalhados, esses me serviram de base.

AP | Explica um pouco para a gente como foi a trajetória desde o Watpadd, à recepção do público até chegar a DarkSide Books.

Assim que terminei as pesquisas, comecei a redigir o contexto central da obra de forma crua e me veio a curiosidade de saber se haveria ou não recepção por parte do público que eu queria atingir: os adolescentes e jovens para o livro servir de alerta. Então conheci o Wattpad e comecei a publicar lá conforme eu ia contextualizando a pesquisa com a minha história. Como tive excelente recepção, continuei publicando e, quando passou de um milhão de leituras, não tive como não publicar até o final. A DarkSide teve acesso à historia e se interessou. Desse ponto em diante revisamos o original e publicamos, da mesma forma como estava no Wattpad em respeito aos leitores de lá que pediam que não houvesse modificações na história ou na forma que ela foi escrita. Assim surgiu o livro, que acabou ficando cru e direto,  para não ficar diferente do que foi postado no Wattpad.

AP | O que você espera que o leitor possa encontrar em Diário de Uma Escrava? Você acredita que o livro possa ser um alerta sobre o tema?

Só quero isso: que sirva de alerta. Se eu puder alertar uma menina ou mãe e isso tirar alguém do caminho de um estuprador, o livro terá cumprido sua missão.

Confira nossa resenha aqui: Resenha | “Diário de uma Escrava”: um livro de perder o sono

Apaixonada por música, cinema, moda e literatura, história mundial e andar de bicicleta. Sonha em ter muitos carimbos em seu passaporte.

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