Gilmore Girls em Quatro Estações: um festival digno de Stars Hollow

A Netflix investiu bastante em eventos promocionais de Gilmore Girls: A Year in the Life. Passeios pelo estúdio, painéis com os atores e produtores e até uma infinidade de Luke’s Dinner espalhada pelos Estados Unidos são alguns dos exemplos da divulgação feita. Os fãs que estavam longe e não puderam vivenciar essas experiências incríveis tiveram de acompanhar pelas redes sociais ou pelo Youtube. Triste, né? Pensando nisso, duas brasileiras, Alessandra Monnerat e Bruna Santamarina, criaram um evento no Facebook que, surpreendentemente, alcançou milhares de pessoas em pouquíssimo tempo. Foi assim que surgiu o Stars Hollow em Quatro Estações, festival realizado no bairro do Méier, Rio de Janeiro, no dia 03 de Dezembro de 2016.

Por meio de um financiamento coletivo, a meta das meninas era arrecadar R$ 2.800,00 para cobrir as despesas logísticas do festival e produzir os brindes distribuídos. O resultado? Com o apoio de 97 pessoas, a quantia de R$ 4.170,00 foi reunida! Incrível o que pessoas com um objetivo em comum podem conseguir, né? Dependendo do valor doado, o colaborador poderia receber bottons, pôsteres, adesivos, temporadas completas da série ou até mesmo uma assinatura de um ano da Netflix! Os mimos deveriam ser retirados no local e no dia do festival.

O início estava previsto para 10 horas, mas as organizadoras ainda davam os retoques finais na decoração às 10h30. O primeiro sorteio de livros escritos por Lauren Graham, a atriz que interpreta Lorelai, foi realizado por volta de 11 horas – os exemplares de “Quem sabe um dia”, de 2013, e o lançamento “Falando o mais rápido que posso: de Gilmore Girls a Gilmore Girls e tudo no meio do caminho” foram cedidos pelo Grupo Editorial Record. Logo depois, a primeira atração programada teve início: um debate sobre feminismo e representatividade em Gilmore Girls.

Luísa Melo, professora da PUC-Rio, falou sobre o modo como fãs projetam suas vidas em personagens da ficção e qual o papel dessas mesmas personagens no compartilhamento de sensações que permeiam entre o real e o inventado. A jornalista Mônica Chaves, segunda convidada, traçou um paralelo entre as quatro ondas do feminismo e as quatro mulheres Gilmore: Trix (mãe de Richard), Emily, Lorelai e Rory. Após as falas, foi aberto espaço para perguntas e comentários.

Como típico festival de Stars Hollow, não poderia faltar comida. Os foodtrucks, localizados no espaço Outono, foram um apoio do Movimento Rio Ao Ar Livre e serviam opções para todos os gostos: hambúrgueres, cachorro-quente, churrasquinho, bebidas, tapioca, docinhos, sorvetes e churros. Um dos itens mais legais e diferentes foi o hambúrguer chamado “Lorelai clássico”, servido em pão rosa. Isso mesmo: p-ã-o-r-o-s-a! #GRITO As comidinhas ficavam ainda mais gostosas acompanhadas da decoração de cada foodtruck, com plaquinhas bem-humoradas que orgulhariam até Taylor Doose.

Outro clássico da cidadezinha de Connecticut que estava presente no festival carioca foi o trovadorismo. Lembram do cara que canta pelas ruas com seu violão? A personagem faz parte do clima pitoresco e único de Stars Hollow e, inclusive, já foi até pauta de uma das reuniões do conselho, então, obviamente, não poderia faltar na recriação brasileira. O line-up contou com apresentações de Montezuma, Gabriela Garrido e Fernanda Lemos, do Cafô.

A dedicação com os detalhes impressiona. Flores cortadas à mão, plaquinhas, agradecimento personalizado a cada colaborador do financiamento coletivo e, claro, o coreto. Você sabia que a praça Jardim do Méier, sede do evento, abriga o primeiro coreto de madeira do Rio? Criado em 1916, ele foi considerado tão bonito que teve cópias erguidas em outros dois pontos da cidade.

Para encerrar o festival, nada mais apropriado do que uma competição de perguntas e respostas que daria o troféu de maior devoto de Gilmore Girls – além de revelar quem ganharia os tão cobiçados dvds da série e a assinatura da Netflix. A iniciativa, ainda que em proporções simples, transportou todos que enfrentaram o calor para uma Stars Hollow à brasileira. Com certeza, um festival para recordar.

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