Literatura,  Séries

Entrevista | Brad Dukes e seu mergulho em Twin Peaks + SORTEIO

Em parceria com a editora Darkside Books, nós entrevistamos o autor americano Brad Dukes, responsável pelo livro Twin Peaks: Arquivos e Memórias, lançamento da editora por aqui. É um prato feito para os fãs da série Twin Peaks. Aproveitem: vejam a série e leiam o livro – a terceira temporada chega em maio, viu?

AP | Primeiramente, obrigada pela oportunidade da entrevista. Falar sobre um livro feito de fã para fã é algo muito especial. Como foi para você o contato inicial com Twin Peaks?

Foi uma experiência eletrizante assistir a primeira temporada com nove anos. Eu conheci um dos meus melhores amigos no parquinho da escola, enquanto nós estávamos conversando sobre Waldo, the bird levando um tiro. Eu olho feliz e maravilhado para o outono de 1990, foi onde tudo começou para mim.

AP | A série explorava uma zona bem fora do confortável para a televisão na época, talvez algo mais conhecido pelo cinema. Você acredita que a série desencadeou um novo gênero de programas para a TV?

De imediato não, mas durante o curso do tempo, com certeza. Eu não acho que muitas séries de TV beberam da fonte de Twin Peaks até The Sopranos aparecer, mas eu acho que a primeira temporada de Twin Peaks configurou o padrão efetivo de narrativa na TV. Não tem uma cena desperdiçada nas primeiras 9 horas da série, em minha opinião.

AP | A mitologia da série foi e continua sendo algo bem original mesmo depois de tanto tempo. Cada personagem por mais antagonista que fosse tinha uma trama com segredos e peculiaridades bem desenvolvida. Você acredita que isso foi bem explorado? Principalmente na segunda temporada.

Existiram muitas ideias que foram jogadas fora, e algumas delas fizeram sentido no final, como quando Deputy Hawk conversa sobre o Black Lodge. Existiram também muitas coisas que não foram à lugar nenhum e causaram algumas confusões. Pareceu-me que David Lynch e Mark Frost eram realmente os únicos que entenderam aquele mundo completamente, e o resto dos escritores fizeram o melhor que podiam para fazer funcionar.

AP | De todo o material que você recolheu para o livro, tem alguma parte que mais te surpreendeu, que mais te impactou?

Michael Ontkean é alguém que não disse muito sobre a experiência dele no show, então foi sempre fascinante ouvir uma história dele. O mesmo acontecia com Wendy Robie. Michael Parks tem algumas das melhores histórias, que eram muito surpreendentes e engraçadas também. Eu tive muitas conversas com Richard Beymer, a maioria não era sobre Twin Peaks, mas todas eram divertidas e fascinantes.

AP |  A cultura do fã é algo muito interessante. Gostar de alguma coisa e poder conversar com outras pessoas sobre aquilo é uma troca muito especial. O que você fez então, poder conversar diretamente com os criadores e executores da série, é algo de outro nível. Como o fã dentro de você reagiu durante esse processo todo?

O fã dentro de mim foi suprimido na maior parte do tempo. Eu normalmente celebrava, gritava e pulava pela minha casa quando eu conseguia um “sim” para uma grande entrevista, mas depois era hora de me preparar para o trabalho e garantir que uma grande entrevista aconteceria.

AP | Muita coisa ficou em aberto no final de Twin Peaks, mas eu acredito que o final do agente Dale Cooper foi o mais impactante. Pode dar spoiler à vontade: o que você achou do final?

De primeira, eu fiquei realmente irritado. Eu amo esse personagem e foi difícil imaginar que ele iria ficar preso no Black Lodge para sempre! Depois, com o tempo, isso é divertido, pois eu tenho sonhado com o que aconteceu com ele por quase vinte anos. Isso tem sido bem inspirador de um jeito. Claro que eu sou muito, muito feliz de saber que nós conseguiremos ver a história continuar. Ainda sinto como se fosse um sonho.

AP | O final, no entanto, não foi bem um final já que depois de vinte e cinco anos a série retorna para a terceira temporada. Quais são as suas expectativas?

Eu estou esperando alguma coisa fresca e louca, e muito diferente do que veio antes. Vinte e cinco anos se passaram e será muito interessante ver o grupo junto novamente.

AP | Você acredita que essa nova temporada é feita para os fãs antigos ou ela quer se integrar ao cenário atual das séries?

Eu não acho que a série está voltando sem o apoio fervoroso dos fãs, mas eu acho que Lynch e Frost tem uma história que eles se sentem compelidos a contar, caso contrário eu não acho que eles trariam Twin Peaks de volta dos mortos. Eu tenho lido aqui e ali que Lynch e Frost assistem certos shows como Breaking Bad e Mad Men, e eu tenho uma sensação que eles querem voltar para essa média, e mudar tudo novamente.

AP | Como você espera que Arquivos e Memórias atinja o público?

Quando eu publiquei esse livro pela primeira vez, eu realmente queria que fosse como o álbum Paul’s Boutique pelos Beastie Boys, sem muita propaganda e deixando a promoção do livro ser feita pelo boca a boca. Eu fiz o livro para os fãs, e para o meu deleite, muitas pessoas nos Estados Unidos, Inglaterra e Austrália parecem ter gostado dele. Espero que o mesmo ocorra no Brasil!

AP | Por fim, se você tivesse que escolher um personagem da série para salvar e um para morrer quais seriam?

Haha, esse é meu tipo de pergunta! Eu escolho salvar o Sheriff Harry S. Truman. Para a sentença de morte, eu tenho que escolher Annie Blackburn, aquele personagem nunca funcionou para mim.

A Darkside Books, linda que só ela, disponibilizou um exemplar de Twin Peaks: Arquivos e Memórias para nós sortearmos para vocês \o/ Para participar, é só seguir as instruções da caixa abaixo, morar no Brasil e – caso ganhar – responder o nosso email dentro de 48h a partir do envio, ok? Boa sorte!

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