O Conde Enfeitiçado – Os Bridgertons | Resenha

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Quando uma história se prolonga para mais de um volume – seja livro, seja filme -, é preocupante e acaba sendo também comum que o medo que aquela narrativa perca qualidade esteja presente e forte. Uma série que se estende por oito livros tem um grande potencial para tal situação, não acham? Ela, contudo, se mantém forte e faz o fã e o leitor terem mais carinho e admiração por aquele universo. Julia Quinn soube como conquistar o leitor em cada livro, com cada irmão Bridgerton, em vários tons, inclusive, quando a história se direciona mais para a tragédia, como é o caso de O Conde Enfeitiçado, sexto livro da série.

O Conde Enfeitiçado

Nesse volume, nós acompanhamos Francesca Bridgerton, que inicia o livro casada com John Stirling, o conde de Kilmartin, por quem é muito apaixonada e com quem constrói um casamento feliz que já durava dois anos. Ao perder subitamente o marido, ela se vê solitária e jura que nunca mais encontraria um amor como aquele. Ela não achava, no entanto, que uma nova chance a felicidade poderia já estar ali ao seu lado durante todo esse tempo. Michael é primo de John e se apaixonou por Francesca desde a primeira vez que a viu. Em respeito ao seu primo, reprimiu seus sentimentos e prometeu a si mesmo que não revelaria o que sentia a ninguém.

A história de Francesca não se modifica completamente do perfil do universo que Quinn criou para os Bridgertons, muito pelo contrário. Tudo o que mais amamos está ali, vivo e forte. A história dessa irmã, porém, tem o maior toque de realidade até então, aspecto que a autora vem trabalhando desde pelo menos o quarto livro da série (Os Segredos de Colin Bridgerton). Essa trouxe à tona assuntos polêmicos como o fato de Francesca ser uma viúva cobiçada por muitos homens pela sua experiência, que não foge a moral por ter sido respeitavelmente casada. Além de mostrar para o leitor a questão da morte prematura que predominava no século. A presença de doenças é algo inovador na série, já que a perda mais marcante, a do Visconde pai, teve como fonte algo extremamente inusitado.

Novos ares para Os Bridgertons

Esse novo olhar e nova abrangência trouxe um gosto inédito pela história, como se a autora fornecesse ao leitor mais uma forma de valorizar o amor, visto que o perigo e o risco de morte guiam muitas decisões dos protagonistas durante todo o livro. Michael precisa lidar com a culpa pelo que sente pela mulher do seu primo falecido, enquanto Francesca necessita aprender a seguir em frente e lutar para realizar o seu maior desejo: o de ser mãe.Os dois encontram mais um no outro do que uma simples amizade. O amor bate à sua porta como um negócio que pouco a pouco ganha um novo brilho e faz com que devoremos a leitura. Outra curiosidade que me interessou no livro foi a simultaneidade com as histórias do quarto e quinto livros. Nós podemos acompanhar o que acontecia com o terceiro, a quinta e a sexta irmãs quase que em tempo real. Fica a dica então para quem quer ler os livros fora de ordem: não faça isso!

Se esse livro não prova a diversidade de Quinn para com os seus romances históricos, acho que realmente nada mais provará. Lembro que para fazer a resenha de O Duque e Eu precisei reler a história de Daphne, a Bridgerton mais velha das irmãs, e fiquei espantada com o quanto a autora melhorou tanto em sua escrita, quanto com o trabalho para com a história e os personagens. A família Bridgerton é um grande personagem por si só que arranca gargalhadas, suspiros, preocupação e amor dos seus leitores. E, é claro que Francesca não faria nada diferente.

Ficha Técnica:

Título: O Conde Enfeitiçado | Autora: Julia Quinn | Tradução: Cláudia Costa Guimarães | Páginas: 304 | Editora: Arqueiro | ISBN-13: 9788580414400 | ISBN-10: 8580414407 | Ano: 2015

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